Na
manhã do dia 25 de fevereiro acompanhei a primeira reportagem da Rádio Senado
sobre o Carnaval, achei linda, pois, além da amar a humanidade, eu amo o
Carnaval, afinal de contas, somos nós, gente de carne e osso, que o fazemos.
Incrível
como a história da humanidade é a história coletiva. Nessa coletividade, por vezes,
na maioria delas, é verdade, nós, brasileiros e brasileiras, achamos que somos os
inventores e as inventoras do Carnaval. Quando não somos nós, são os Cristãos, inclusive
os cristãos e as cristãs brasileiras/as.
Ouvindo
a reportagem da Rádio Senado lembrei das vezes que brinquei, ou fui cúmplice,
das brincadeiras com bomba d’água, momentos que muitas vezes eram como os
entrudos do carnaval do século XVI; posso garantir que no século XX fedia como
no século XVI. A diferença é que no século XX, quando saíamos de trás das
árvores, e chegávamos ao transporte coletivo moderno, atingíamos bem mais que aqueles
e aquelas que andavam nas charretes do século XIX.
Seja
na Grécia, em Roma, ou no sistema escravocrata brasileiro; seja entre os Deuses
e as Deusas da Grécia, ou no Carnaval pagão entre a Senzala e a Casa Grande...
um sentido era – e é - comum a todos e todas, a transgressão! Algo que neste ano precisa ir
além do Carnaval, precisa ser parte da nossa individualidade, já que ela, a
individualidade, em muitas vezes é revolucionária.
O Carnaval vem muito antes do cristianismo, mas como o “cristocentrismo”
é muito forte, alguns acham que o carnisvalerium (carnis de carne, valerium, de adeus) é invenção da era cristã com seu adeus a carne no
período da quaresma.
Também não vem de hoje a classe média querer se apropriar da
cultura popular e, ao mesmo tempo, excluir as pessoas, o povo, que é quem de fato
faz o Carnaval. Os ranchos carnavalescos foram apenas o começo disso, talvez os
abadas a sequência, não temos como precisar. O que podemos afirmar é que o
Carnaval é do povo e nunca conseguiram (e nunca conseguirão) tirar das nossas mãos.
O fato do nosso Carnaval, no formato que temos hoje, ser
resultado direto da luta individual e coletiva de Chiquinha Gonzaga, seja em
sua luta pela abolição ou contra o machismo, já diz muito
sobre transgressão histórica que é o Carnaval; da transgressão histórica que
tomará conta do Brasil nos próximos dias, agora contra: a “deforma da
previdência”; as milícias que assassinam diariamente as Marielles; o laranjal
instaurado no governo central; o rosa versus azul, que busca trocar gente por
goiabeira; e o caixa dois que pode para um e não pode para outro, pois depende
do Moro e Bolsonaro, pois só é ilegal se não envolver Onyx, Flávio,
Bolsonaro e Queiroz.
Como sabem, sou do Carnaval, na sexta saio das redes (e desse
suposto mundo real) para cair na transgressão, para baixar a bola da casa grande,
para dizer que nas ruas a institucionalidade não manda, para dizer que hoje, 01
de março de 2019, sexta-feira de Carnaval, começa a queda do desgoverno
Bolsonaro, anti-ético, entreguista e anti-povo.
Nos próximos dias vamos nos encontrar na transgressão, no
Carnaval, na transformação! Caso queira falar comigo, caso seja uma urgência, vejo
você nos blocos, nas ladeiras, de fantasia ou de cara lisa, mas na luta do povo.
Viva São Carnaval!
Ps.: Mais uma vez... é Carnaval, acabo de chegar das Calungas, sem chance de revisar ou repensar essas linhas... pura liberdade poética!
Ps.: Mais uma vez... é Carnaval, acabo de chegar das Calungas, sem chance de revisar ou repensar essas linhas... pura liberdade poética!