Antes de
escrever sobre o dia 28 de abril de 2017,
ainda emocionado de ter feito parte dessa jornada que só começou, um dia
histórico para classe trabalhadora brasileira, um marco na defesa da
aposentadoria, dos direitos trabalhistas e do Fora Temer, gostaria de pedir licença
para um parágrafo especial, apenas para marcar na história o (até hoje) maior
ato público da história da Paraíba, o dia 20
de Junho de 2013.
20 de Junho de 2013 foi o maior ato da história da Paraíba,
enquanto milhares de pessoas estavam na Lagoa, milhares subiam sentido Praça
dos Três Poderes, outras já desciam sentido Ponto dos Cem Réis/Lagoa, quando outras tantas já estavam próximo do Lyceu, sentido praia, onde acabou esse
marcante ato, foram mais de 40 mil pessoas. O que tem isso com a Greve Geral de 28 de abril? A vontade
das pessoas pela mudança, por participação popular, pelo fim da
corrupção, por direitos.
28 de abril de 2017 pode não ter
sido o maior ato da Paraíba (apesar de ter sido em outros estados), mas foi o mais impactante e emocionante. Pode ser que eu esteja errado, mas vivemos dias mais
empolgantes pelo fato do povo volta para as ruas, não como em 2013 e as suas “mil
bandeiras”, mas com uma pauta unitária (que representa aquela diversidade), por
nenhum Direito a Menos, pelo Fora Temer, em Defesa da Aposentadoria e dos
Direitos Trabalhistas.
Percebemos
que a Greve Geral ocorreu porque o sentimento de 2013 segue vivo, o central
daquelas manifestações não era derrubar um Governo, mas reivindicar Direitos e
a Participação Popular, quando: 1. Temer diminui a participação popular, seja
pelo golpe, seja pela postura de fechar os conselhos e conferências de direito;
2. a corrupção se torna uma constante cada vez mais regular entre os que controlam
o Governo, a Câmara e o Senado (uma lista bem mais presente na lava-jato); e 3.
os Direitos passam a ser mais duramente atacados, especialmente a aposentadoria
e os direitos trabalhistas... Voltamos com mais força e mais foco.
Alguns Detalhes Sobre o Dia 28 de Abril
Não posso
falar de todos os detalhes, mas do que vi e participei. Primeiramente, além do
Fora Temer, posso dizer que foi uma Greve Geral e que não ocorreria se fosse
feita por uma única Central ou Movimento Social, ela só foi possível pela
unidade das diferentes centrais sindicais, frentes políticas, movimento feminista,
organizações do povo negro, d@s indígenas, da Comunidade LGBT e da Juventude. Tivemos um dia sem herói ou don@, um dia coletivo, sem imposições das diferenças, mas
com a fortaleza das convergências.
Muit@s de nós
estivemos nas ruas desde às 04h da manhã. Fechamos mais de 10 pontos da cidade.
Foram assembleias, piquetes, cola em cadeado, pneu queimado, greves. Pararam @s
trabalhadores/as da limpeza urbana, da educação, do transporte público (ônibus e
trem), dos bancos. O comércio foi fechado durante o dia, com diálogo e
enfrentamento. Alguns órgãos públicos já tinham parado, por medo ou
convergência com a defesa dos direitos.
Onde eu
estive, em frente a Marquise, empresa da limpeza urbana, vi uma direção
sindical com apoio d@s trabalhadores/as, em assembleia resolveram parar e sair
em caminhada até o piquete do Oitizeiro; no caminho, nos bairros que passávamos,
as pessoas saiam de suas casas e começavam a bater palma, filmar, tirar foto,
gritar Fora Temer... Foi de arrepiar. Na BR parecia ser um time só, os veículos
reduziam, as pessoas gritavam o apoio, desciam para parabenizar, buzinavam e gritavam “é
isso aí!”, “quero minha aposentadoria”, “fora Temer”. Nunca eu tinha visto algo
tão unitário, um dos dias mais lindos da minha militância.
No começo da
tarde, ao lado de outras centenas de militantes, ainda tive a oportunidade de contribuir com o fechamento do Bompreço e da
Honda da João Machado, tudo isso com o apoio de trabalhadores/as e clientes.
O ato da tarde,
no Ponto dos Cem Réis, já depois das 14h, começou com apresentações culturais,
depois foram as falas dos movimentos envolvidos na construção dessa linda Greve
Geral e, em seguida, um samba, pois quem luta também samba. Lembremos que o
samba não é apenas a apoteose do carnaval global, mas do Carnaval Popular, mais
ainda, da resistência do povo negro.
Por fim, vem sendo animador ver que o povo não vem acreditando na mídia comercial (associada ao Governo)
que tentou distorcer ou esconder os motivos para a Greve Geral de 28 de Abril
de 2017, assim como fez em 2013, quando tudo começou, ou como fez durante o
golpe de 1964, ou ao tentar esconder as lutas pelas Diretas no início dos anos
1980.
Estamos
apenas começando!
PS.: Por favor, leiam sobre
Temer, a Corrupção, a Contrarreforma Trabalhista, a Contrarreforma da
Previdência, sobre o hoje. Não sou lulista, nem petista, meu partido, o PSOL, é
oposição desde 2004 e terá candidat@ em 2018 ou nas Eleições Diretas. A luta de
agora é pelo Fora Temer, em Defesa da Aposentadoria e dos Direitos
Trabalhistas. Não é hora de dividir, mas de unir nas reivindicações.
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