Sexta, 31 de maio de 2013, peguei
Luar (minha filha – 11 anos) na escola, almoçamos e, logo depois, pegamos a
estrada para João Pessoa. No carro, o combinado foi que cada um escolheria um CD
para tocar, após algumas músicas da rádio começamos com minha escolha, Marcelo
Nova, quatorze músicas de um Rock “muito doido” (nas palavras de Luar).
Antes de terminar a última música
Luar já começava a rir, antes de colocar o CD de sua escolha ela avisou entre
risos: “eu acho que o senhor não vai gostar não”. Foram nada mais, nada menos, que 20 músicas, começando com Jorge e Mateus, seguidos de Gustavo Lima (com “Gatinha
Assanhada”), Garota Safada, Parangolé e algumas parcerias entre as quais eu
destaco o DJ alguma coisa e os Lelekes e Michel Teló e Sorriso Maroto. A melhor
música do disco, para quem quiser sentir o drama, é “Largadinho”, de Claudinha
Leite. Entre os destaques, sem dúvida alguma, eu fico com “Sogrão Caprichou”, de
Luan Santana, não pela letra ou arranjo musical, mas pelas gargalhadas de Luar
cada vez que tocava o refrão: “Perto de papai
você é santinha/Quando o sogrão não tá, você perde a linha”.
Claro que não fiquei surpreso com
a trilha sonora tocada após Marcelo Nova, a disputa cotidiana contra a indústria
fonográfica é muito desigual, no mesmo sentido estão nossos preconceitos
musicais, sejam eles regionais, como muitas vezes ocorre com o Sertanejo, sejam
de classe, como alguns tentam fazer com o funk e o pagode. Admito, foi muito
divertida nossa viagem, cantávamos, dançávamos e riamos muito; vez por outra
minha filhona antecipava o fim da música com afirmações do tipo: “essa é muito
ruim” ou “essa é baixaria demais papai”.
A única música do CD de Marcelo
Nova que Luar cantou foi “Carpinteiro de Universo”, até mesmo porque ela é fã
de Raul Seixas, mas ela também gostou das outras músicas e vai querer cópia do
CD; por outro lado, eu, apesar de não querer cópia do CD, sabia cantar a
maioria das músicas do sortido compacto.
Como pai e militante social que
sou, digo que não precisam ficar desesperados/as, muito menos partir para o
proibicionismo ou tentar impor uma overdose do seu gosto musical, basta
garantir o acesso a outros tipos de música e dialogar sobre o significado de
algumas letras.
Sabe como terminou nossa
sexta-feira? Em um incrível show de Val Donato, foi um tributo a Raul Seixas e
Cazuza, Luar dançava muito, além de cantar desesperadamente algumas músicas de
Cazuza e todas de Raul, a exceção de Metrô Linha 743, recitada pela cantora de
forma brilhante na noite da sexta.
O show de Val Donato foi a
primeira balada com minha filha, felizmente em um auditório sem cigarro e quase
zero de álcool, muito bacana.
No dia seguinte estávamos no
Ocupe Porto do Capim, Luar conhecendo um bazar, vendo outras apresentações
culturais e, o melhor, atenta as questões da comunidade e a importância da luta
social.
Com uma filha atenta como a minha, não vejo motivo para sectarizar por causa de
um sortido CD.
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