Caros
companheiros trabalhadores das Artes Marciais (Instrutores,
Professores e mestres marciais),
crescem
em todo
Brasil a luta dos professores de Artes Marciais contra
o enquadramento das Artes Marciais como atividade especifica do
profissional de educação física regido pela lei de nº 9696/98 e
que só depois de quatro anos no CONFEF Nº 046/2002 fez esse
enquadramento da nossa atividade profissional em sua resolução
final. O que nos colocou como uma das atividades a serem fiscalizada
pelos conselhos de educação física.
Num
primeiro momento muitos professores por falta de um maior
aprofundamento no debate acharam que essa resolução seria boa para
a nossa categoria. Os conselhos como forma de amenizar o confronto
com a nossa categoria propuseram a todos os professores de Artes
Marciais que já davam aulas da nossa atividade até a data da
existência da lei 9696/98, que fizessem um curso promovido pelos
CREfs chamado de provisionado
para poderem
continuar exercendo suas atividades (pois alegavam que nós não
possuíamos conhecimentos científicos para darmos aulas de Artes
Marciais) e que a partir daquele momento as próximas gerações de
professores de Artes Marciais teriam que fazer o curso de educação
física.
As
Artes Marciais surgiram bem antes do surgimento das universidades e
possuem metodologia pedagógica, conhecimento e habilidades
específicas construídas sobre muito esforço e pesquisa de
observação baseada muitas vezes nos movimentos da natureza e dos
animais e que foram se aperfeiçoando a centenas de anos até chegar
aos dias atuais. Onde se formou várias formas de graduação e
sistematização na preparação dos praticantes das diversas Artes
Marciais existentes no mundo.
Para
adquirir uma formação completa até chegar à posição de
professor em uma determinada Arte Marcial o praticante passa de 5 a 6
anos (dependendo da arte Marcial) aprendendo a filosofia, a história
e a sequencia da metodologia didática dos movimentos da Arte que
pratica até chegar depois de muito esforço e disciplina a posição
de professor. Esse professor graduado pelo seu mestre (após exame
feito de forma rigorosa ) passa a fazer parte filiando-se a uma liga,
federação ou confederação da Arte Marcial que o válida como
profissional passando a ser o órgão legitimo de fiscalização de
sua atuação profissional.Se todo esse conhecimento humano
construído ao longo de centenas de anos for resumido a apenas um
curso promovido pelos CREfs ou a algumas cadeiras teóricas de seis
meses nas faculdades de educação física. Com certeza num primeiro
momento e aos poucos a qualidade de ensinamento das Artes Marciais
cairá bastante e podemos afirmar de forma não profética com passar
dos anos o numero de professores de Artes Marciais será minimamente
pequeno o que levará a completa destruição de uma atividade humana
que tanto contribuiu e contribui para o bem estar social e cultural
de jovens, adultos pelo mundo a fora inclusive ajudando na formação
de um bom comportamento em sociedade evitando drogas e outros
comportamentos humanos negativos o que fortalece a formação de
caráter de muitas pessoas em todas as partes do mundo.
Agora
a pergunta que deixamos para reflexão para aqueles que fazem
educação física e que nunca praticaram ou aprenderam com um
professor de Arte Marcial o conhecimento especifico de uma
determinada Arte Marcial se ele acredita que tem competência de
assumir a responsabilidade de ministrar aulas de Arte marcial só com
um pequeno conhecimento teórico passado em uma ou outra cadeira
acadêmica substituindo um professor faixa preta (profissional ) de
Arte Marcial?
Não
temos nada pessoal contra os Conselhos de educação física mais
temos o direito histórico e profissional de não aceitarmos essa
lógica imposta de forma equivocada e que pode levar a extinção das
Artes Marciais.
Portanto,
convocamos a todos os alunos, instrutores, professores e mestres com
ou sem o curso provisionado;
fazendo ou não educação
física a
abraçarem essa luta em defesa da autonomia, independência e direito
histórico de sermos livres do enquadramento e supervisão dos
Conselhos de educação.
Divulguem
esse manifesto e procurem se informar das diversas conquistas
jurídicas e das mobilizações que estão acontecendo em todo Brasil
pelo resgate da nossa liberdade de atuarmos seguindo as nossas
tradições metodológicas de ensino.
A
luta continua e quem realmente é das Artes Marciais venha fortalecer
o MEDAM.
Assinado
por:
Todos
aqueles que estão do lado da nossa luta.
RUMO
A FORMAÇÃO DO NOSSO SINDICATO.
* Repasso aqui o texto enviado pelo amigo Guto, Faixa Preta em Jiu-jítsu e um importante militante político.